De noite é quando vem aqueles pensamentos ousados que inundam-me no quarto, o lençol e a calcinha. De noite é quando sinto a brisa arrepiar os bicos, os braços, o cérebro atordoado no afã dos sentidos mais sublimes, a natureza caule parece suave até evocar a tempestade desejada entre dois olhos alumiados e janelas. De noite é quando quero o calor de um corpo pesado recitando toques nos meus labirintos. É quando quando se perde onde me perco alimentando o segredo do que as pupilas desviam. Fala baixo que as paredes podem acordar, ou do portão alguém gritar revelando o quanto dois corpos deveriam se evitar. Mas se falta ar, faz uma prece para Iansã que é mãe, madrinha, ventania... De noite, meia noite, noite completa é quando olhos me vigiam enquanto fecho os meus, nada de ruim vai me acontecer. Pela graça, pelo ser... O que consegue ler nos meus sonhos? De noite é quando vejo estrelas nítidas no céu de Euricius. Vejo lábios nos ouvidos e pescoços e clítoris, todos em erupção. Se o eclipse é hoje nem vou ler na previsão... De noite é quando me sinto alfa inteira. Se está dentro de mim tenho a certeza de quem sou...
De noite...
De tarde...
De manhã...
Sempre noites com sóis e luas a qualquer hora me envolva.
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